Deepak Chopra, na sua obra As Sete Leis Espirituais do Sucesso, escreveu sobre uma lei que lhe dá o nome de ‘A lei do desprendimento’, a qual se foca na renúncia da nossa ligação a resultados. Vejamos um exemplo: “Quando tiver cem mil euros na minha conta bancária, aí vou sentir-me seguro.” Significa, claramente, que esta pessoa só se sentirá verdadeiramente segura quando a sua conta tiver aquele montante.
O estado da pessoa depende do resultado que ela deseja alcançar/ter. A emoção está apegada ao desejo.
Digamos que o estado de segurança está bem preso numa cela dentro de ti e que só será livre quando alcançares esse objetivo.
Para poder soltar esse estado que está preso dentro de ti tens de desapegar esse sentimento do resultado desejado. Ou melhor, tens de cortar essa ligação entre o estado de segurança e os cem mil euros, seguindo o exemplo referido.
Utilizei este exemplo, mas poderia usar outro como: “só serei feliz quando encontrar um/a companheiro/a.” Neste caso seria o estado de felicidade que estaria preso dentro de uma cela dentro de ti.
Ao desistir da nossa ligação ao resultado seremos capazes de sentir essas emoções, esses estados antes de ter alcançado seja o que for. E melhor, serás capaz de os sentir de imediato.
O Ego e o Eu…
Repara, eu considero-me uma pessoa feliz, e sou feliz não pelo que tenho alcançado na minha vida, mas sou feliz porque quero ser feliz. Não foi fácil conseguir desapegar-me de certas ligações que tinha em relação a objetivos/metas que queria alcançar.
Muitas vezes dou por mim a sentir uma emoção que não quero e quando isso acontece, muitas vezes é por fazer uma ligação ao meu resultado desejado e compará-lo com o resultado real.
Já escrevi um artigo sobre o dia em que fiz doações de alimentos nas ruas do Luxemburgo. Nesse artigo falei sobre as expectativas que tinha em relação a isso e que o resultado foi diferente e por isso fiquei um pouco desiludido. Nesse artigo aconselho que não criar expectativas é uma boa forma de ser feliz.
Quando dei por mim a sentir-me triste por causa dessa ação não ter corrido como pensava, realizei o que era importante e a minha missão nesse dia. Ao fazer isso, estava a desapegar-me do resultado desejado e aí passei para um estado de orgulho e felicidade.
Se continuasse apegado ao resultado que queria obter, ainda hoje olharia para essa ação como um falhanço.
“Como dois pássaros de ouro empoleirados na mesma árvore, /Como amigos íntimos, o ego e o EU habitam o mesmo corpo. /O primeiro come os frutos doces e amargos da árvore da vida, /Enquanto o último observa com desprendimento.” – Mundaka Upanishad
E tu? Quais os estados, quais as emoções que não te permites ter, porque estás a associar esse sentimento/estado a um evento específico?
Gratidão.